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Arte e Cultura são ferramentas de transformação na Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel 

O primeiro “Canções em Concerto” marcou o retorno de apresentações presenciais do Projeto

Por Marco Antonio Cruz – Assessoria de Imprensa

“A música é tudo. A música é o todo. Um complexo vibracional. Ela é um complexo de sensibilidade que trabalha a cognição e faz do humano um ser melhor”. As palavras do maestro Orion Cruz, que coordena e rege a Orquestra Sinfônica Jovem Emmanuel, definem a arte de harmonia dos sons. “Como já dizia Platão, é necessário que se ouça boa música e que se coma um bom pão através da Música. Esse ouvinte sempre terá um estímulo a mais de esperança para tudo”, complementa o maestro.

Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel

O Canções em Concerto foi apresentado no dia 14 de dezembro e marcou o retorno de apresentações presenciais com a participação de 35 integrantes da Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel.  No repertório, obras como Concerto em Lá Menor para 2 Violinos (Op. 3, N.8 RV522), de Antonio Vivaldi;  Ombra Mai Fu (Largo da Òpera de Xerxes) de Georg Friedrich Handel; Badinerie, de Johann Sebastian Bach; The Happy Farmer, composta por Robert Schumann; O Mio Babino Caro, de Giacomo Puccini; La Paloma, de Sebastian Iradier; Shenandoah (Anônimo), Melodia Indígena do Folclore Americano; Barcarole, de Jacques Offenbach, Noite Feliz, por Franz Gruber e um emocionante e caloroso encerramento com Asa Branca de Luiz Gonzaga.

Ana Luiza Aparecida Luiz Antonio tem 16 anos e é uma das alunas do Projeto que se apresentou no Canções em Concerto

“Conheci o instrumento e a Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel por meio da minha irmã que já tocava. Eu a vi tocando e me apaixonei pelo violino. Ela me trouxe para experimentar e eu permaneci aqui. A importância desse Projeto pra mim é que eu aprendo sobre o amor fraterno. Aprendo a ouvir cada um deles. A amizade também é muito linda. A Orquestra é uma família. Pode não ser de sangue, mas é uma família. Se um falta, falta tudo, tudo mesmo”, contou a aluna. 

(Ana Luiza Nogueira Luiz Antonio)

 

Sua mãe, Ana Lúcia Nogueira Luiz, trabalha como doméstica e falou sobre a importância da orquestra em sua vida, sendo mãe de duas alunas.

“Para mim o Projeto foi bom porque proporcionou algo para que elas ocupassem a mente. Pra elas não ficarem na rua enquanto eu trabalhava. Eu tenho interesse pela música. Gosto muito, mas o tempo: a gente trabalha o dia inteiro e não temos tempo para aprender”.

(Ana Lúcia Nogueira Luiz)

 

Os cachos coloridos de Ana Luiza e o gosto musical expressam a relação entre a inspiração clássica e a experiência da contemporaneidade: “Tem vários violinistas que pesquiso no Youtube e escuto, mas tem uma que eu sou apaixonada que é a Lindsey Stirling. Ela é violonista de música pop e dança enquanto toca, eu acho muito lindo!”

(Ana Luiza Aparecida Luiz Antonio)

 

Ana Luiza foi para o último ano do ensino médio e já começou a fazer planos para a faculdade e para a vida. 

“Estou pensando em fazer faculdade de Matemática, Medicina ou Música. Mas de qualquer forma, pela Música eu não vou largar o violino nunca. Quando eu toco, sinto emoção por estar tocando um instrumento tão lindo como o violino, e emoção por poder transmitir isso a outras pessoas: elas podem escutar o amor e a alegria que sinto ao tocar”, 

A apresentação foi aberta e contou com um público de mais de 100 pessoas. Marcado para iniciar às 19h30, o Concerto já emocionava quem chegava pouco antes das 19h, com o aquecimento da soprano Luciana Fisher e parte da orquestra, dando indícios de uma noite repleta de emoções e muita inspiração. 

Andrezza Brandão foi uma das 35 integrantes da Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel, que se apresentou no concerto. A musicista toca flauta transversal e aos 22 anos cursa o oitavo semestre de Música, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Há cerca de 10 anos Andrezza iniciou sua relação com esta arte.

“A importância da música é que ela faz eu mostrar os meus sentimentos. Uma coisa que eu não consigo falar, eu consigo tocar. Acho que a Música faz bem pra todo mundo, estimula as pessoas a estudarem e terem uma disciplina. É só a gente tocando ali pra sentir, mas é uma coisa que não dá pra se falar” relatou emocionada a flautista.

(Andrezza Brandão)

 

O professor, Philip Andara, de 29 anos, entrou em 2021 na Orquestra e ensina música há cerca de 14 anos.

“Toco flauta desde os 13. Meus pais frequentavam uma igreja que tinha música e eu vi uma pessoa tocando, me interessei e comecei a estudar. Desde que eu vim morar em Campo Grande, há 11 anos, eu conheço o trabalho do Orion”, contou Philip que ainda contou sobre o que sente enquanto sola sua flauta: “Quando eu toco é uma maneira de eu me desligar do agora. Quando eu toco eu me sinto realmente conectado com o que eu estou fazendo ali naquele momento e não sai mais nada a não ser tocar e executar o que me foi proposto. Me sinto feliz”.

Para o professor a música provoca sensibilidade no ser humano e esse encontro foi um caminho que proporcionou transformações em sua vida.

“A música na minha vida foi a coisa mais gloriosa que me aconteceu, porque me tirou de situações que eu poderia ter entrado, me ajudou muito na escola. Acredito que para todos que estudem música, ou que participem de algum projeto, faça aula de algum instrumento acaba acontecendo a mesma coisa. Ela tem um poder modificador dentro do ser humano de permitir que ele seja mais sensível e fazê-lo compreender outros aspectos e outras coisas que você não entenderia sozinha”. 

A noite contou ainda com a participação de convidadas, a soprano Luciana Fischer e a mezzo soprano Miska Thomé para as canções de ópera. Luciana Fischer é funcionária pública, tem 49 anos, e há 30 trabalha paralelamente com música.

A soprano Luciana Fisher e a mezzosoprano Miska Thomé

“A Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel é um projeto maravilhoso, porque a música tem um poder educativo muito grande, além de proporcionar às pessoas que vêm assistir essa harmonização; elevam suas vibrações. As pessoas entram em contato com a música clássica que a gente tem pouco aqui em Campo Grande, e dessa forma a gente vai conseguindo criar também um público, valorizando esse gênero musical, porque se não for feito as pessoas não terão acesso”, relatou a musicista.

A mezzo soprano,  Miska Thomé, tem 63 anos e mais de 40 anos de música. Além de convidada, Miska é madrinha do Projeto.

“Eu já acompanho a Orquestra há alguns anos. Eu sou madrinha na Fraternidade sem Fronteiras, então eu acompanho o trabalho da Fraternidade há muito tempo. Eu acho inclusivo esse Projeto. É muito legal ver as pessoas tendo essa oportunidade de tocar um instrumento. Muda tudo na vida delas. Eu acho que a música, a arte em geral transforma a vida das pessoas, porque traz uma qualidade de vida, faz bem à alma. Eu sempre me pergunto ‘o que seria dessa pandemia se não houvesse a arte na vida das pessoas?’, se a pessoa não pudesse ler um livro, ouvir uma música, assistir a um bom filme, um musical. A arte ela transforma”, contou a madrinha.

Quando questionadas sobre o que sentem ao cantar, ambas foram bem enfáticas e colocaram na alma a força necessária para a expressão. Segundo Miska Thomé: “Quando canto sinto emoção pura. Porque a gente consegue explorar nosso potencial, porque a gente canta com  voz plena. É cantado com a voz plena então é preciso colocar a intenção de cantar com a alma”.

E para Luciana Fischer:  “Cantar é aqueles dois, três, quatro minutos que você canta que é como se você tivesse colocando toda sua alma ali. Tudo aquilo que você é, tudo aquilo que você tem de melhor você está oferecendo às pessoas. Então sempre quando eu canto é um processo de cura, para mim e para quem está escutando”.

O público deparou-se com boas surpresas e sentimentos naquela noite. Foi o caso da professora Andreia Vieira, que é frequentadora do Centro Espírita Irmão Marcos.

“A música transforma a vida das pessoas, faz o indivíduo se descobrir. Trabalho mais com artes plásticas, mas já trabalhei em coral, em teatro. Esse trabalho é extremamente importante. Meu trabalho hoje é com crianças em escolas estaduais, elas oferecem aulas de música, dança e a gente vê toda a diferença no desenvolvimento da criança. E o interesse que eles descobrem logo cedo é extremamente importante”, relatou a professora.

(Andreia Vieira)

 

Outra espectadora que marcou presença no Canções em Concerto foi Cristiane Ribeiro, que também é professora, e falou da importância da arte e da cultura como ferramenta complementar à educação.

“Eu acredito que o Projeto é uma forma de levar cultura para as crianças que não têm esse acesso, porque muitas vezes as famílias são bem desprovidas disso. Além de ser um meio de tirar as crianças de um possível convívio à marginalidade. É ofertar um novo caminho. Quando você tem acesso à cultura, à música, você amplia a sua visão de mundo e oportuniza outras vivências. Você dá uma outra realidade, uma outra possibilidade. Como educadora acredito que quando você vai por esse caminho, você salva vidas”, contou Cristiane.

(Cristiane Ribeiro)

 

Ovacionada por aplausos em pé, após a última música, a tocante “Noite Feliz”, de Franz Gruber, a Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel surpreendeu a todos com a contagiante Asa Branca de Luiz Gonzaga.

“O Canções em Concerto correspondeu em muito a todas as minhas expectativas. Estou muito feliz. Muito emocionado. Todo mundo tocou divinamente. Estava todo mundo afoito e realmente fazer uma apresentação como essa, gigante, com todos presentes professores e alunos foi muito grandioso”, finalizou emocionado o Maestro. 

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Assessoria de imprensa FSF

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