ONG nascida no Brasil amplia ainda mais a ajuda humanitária em favor das crianças moçambicanas, a maioria órfãs devido ao HIV/Aids.
Para muitas pessoas, a causa defendida pela ONG Fraternidade sem Fronteiras ainda provoca certa estranheza. Afinal, se temos tantos necessitados no Brasil, como explicar uma legião de voluntários e apoiadores mobilizados em favor de crianças órfãs e miseráveis de Moçambique? A resposta é simples: por que não a África?
Aldeia de Mussengue, Distrito de Manjacaze, Província de Gaza, Moçambique, África: este é o mais novo endereço da Fraternidade sem Fronteiras. O Centro de Acolhimento Mussengue é a quinta unidade instalada naquele país africano. Emoção, gratidão e simplicidade marcaram o descerramento da faixa inaugural na nova unidade, em cerimônia realizada no dia 12 de julho. Líderes locais, apoiadores e a comunidade compuseram, juntos, um momento de grande emoção.
Wagner Moura, empresário sul-mato-grossense que preside a ONG, comemorou a dádiva de poder acolher estas 274 novas crianças e explicou: “o principal motivo pelo qual nossos olhos e nossos corações estão voltados para a África, especialmente Moçambique, é o predomínio da pobreza extrema [23,2% dos habitantes passam fome], da baixa expectativa de vida [média de 49,8 anos] e do alto nível de analfabetismo [chega a 64,2% entre as mulheres].”
Moçambique integra o grupo dos 10 países com os piores Índice de Desenvolvimento Humano do planeta (dados do IDH 2015). Chama a atenção o fato de todos os 10 países deste grupo pertencerem ao Continente Africano, “o que por si só justifica o grande compromisso que temos com os irmãos que lá vivem”, finaliza Wagner.
À primeira vista são indicadores frios e distantes, mas basta olhar mais de perto para perceber quanta dor e sofrimento eles provocam todos os dias. Um exemplo é o flagelo da contaminação pelo HIV. Segundo o Unicef, “as crianças tornadas órfãs devido ao SIDA são especialmente vulneráveis ao abuso e exploração devido ao estigma e falta de apoio e cuidados de adultos. Grande proporção das crianças órfãs vivem em agregados familiares chefiados por mulheres ou velhos” (http://www.unicef.org/mozambique/pt/hiv_aids_5062.html).
Estes e outros fatores culminaram com a instalação, em novembro de 2009, do primeiro Centro de Acolhimento da Fraternidade sem Fronteiras em Moçambique. Desde então, o pequeno grupo de amigos se transformou em mais de mil apoiadores diretos (padrinhos e voluntários), sem contar instituições parceiras e incontáveis apoiadores indiretos. Em cinco anos de atuação, a ONG já impactou a vida de milhares de crianças e seus familiares.
Para cerca de 1.500 crianças acolhidas diariamente, os cinco espaços instalados representam verdadeiros oásis repletos de possibilidades. Afinal, para crianças e adolescentes que convivem com uma realidade de fome e desamparo, a FSF é sinônimo de acolhimento, alimentação nutritiva, orientação para saúde, reforço escolar, escovação, brincadeiras, além de músicas e danças extraídas da riquíssima cultura africana.
Ainda segundo Wagner, a FSF trabalha com gestores e monitores locais, o que amplia ainda mais o alcance social dos Centros de Acolhimento. A manutenção de toda essa estrutura de apoio custa apenas 50 reais/mês por criança e é mantida graças a um sistema de apadrinhamento, onde cada padrinho patrocina a permanência de uma ou mais crianças – depositando mensalmente a quantia correspondente.
Carlos Alberto Santos do Valle, que apadrinha duas crianças moçambicanas, resume a essência dessa causa humanitária: – “É emocionante saber que, com um valor tão baixo, podemos livrar tantos pequenos do trabalho infantil nas “machambas” (roças, onde recebem uma tigela de legumes ou R$ 3,50 pelo dia de trabalho), trocando isso pela escola. Uma mudança simples, que representa a chance concreta de mudar o próprio destino, ao invés de apenas lutar para não morrer de fome. Sem nossa ajuda e o trabalho da FSF, isso seria praticamente impossível”.
Uma equipe de 17 pessoas da FSF permaneceu em Moçambique na primeira quinzena de julho especialmente para duas ações de grande relevância:
1. Inauguração do Centro de Acolhimento Mussengue, a quinta unidade de trabalho da FSF;
2. Acompanhamento e suporte para as atividades de assistência médico-odontológica, que foram oferecidas às crianças e seus familiares por profissionais voluntários do Brasil, os quais estiveram lá entre 07 e 14 de julho.
Outras ações foram encaminhadas, uma delas ligada ao próximo desafio da equipe: colocar em funcionamento uma Padaria no Centro de Acolhimento Muzumuia, a qual representará rara oportunidade trabalho, profissionalização, renda e complemento alimentar de baixo custo para as famílias de toda a região (Muzumuia e aldeias vizinhas). O prédio está pronto e os equipamento comprados no Brasil já estão em Moçambique.
São gestos e ações de enorme significado, pois carregam consigo o poder de migrar – da teoria para a prática – tudo aquilo que já sabemos sobre a fraternidade, no seu conceito mais puro e autêntico.
Saiba mais e junte-se a esta família do amor sem fronteiras, mudando a realidade e o destino das crianças órfãs de Moçambique:
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Sede no Brasil: Rua Joaquim Murtinho, 566, Centro, Campo Grande, MS. Telefones: +55 (67) 9205.6688 / 3028.5429. E-mail: contato@fraternidadesemfronteiras.org.br
Sede em Moçambique: Aldeia MUZUMUIA, S/N – Terceiro Bairro, Distrito de Ckòkwe, Província de Gaza.
Idioma Português, Brasil