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Família unida para cultivar alegria em Ambovombe/Madagascar

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“Mundo nos olhos dele. Mundo nos olhos dela”. É assim que é descrita a história de união de João Gilberto e Arimila Milanez, pais da Mariana, Waidê e João Lucas. Uma família que vive buscando fazer a diferença no mundo e que irá embarcar em novembro deste ano com destino à Ambovombe/Madagascar/África, para ajudar no dia a dia do projeto da Fraternidade sem Fronteiras (FSF) – Ação Madagascar.

Logo quem conhece o casal, já percebe que eles são, em sua essência, uma prova de que é possível fazer trabalhos voluntários em família com união e muito amor. Atualmente vivem em Sidrolândia/Mato Grosso do Sul/Brasil, mas já viveram durante dez meses em uma aldeia no Xingu, localizado na região norte do Mato Grosso/Brasil, realizando vários trabalhos no local. Durante este tempo, João, que é engenheiro florestal, junto com a sua esposa Airimila, que trabalha com a área da Educação, construíram várias obras, que até então eram novidades.

João, Arimila e sua família em uma aldeia no Xingu. (Foto: arquivo pessoal)

“Construímos um viveiro, sanitários secos, implantamos uma agrofloresta e entre outras atividades como forma de agradecer por nos tratarem como membros da família, pois foi assim que nos sentimos. Esse sentimento carregamos até hoje com saudade no peito dos bons momentos vividos juntos”, explica o engenheiro florestal.

Ao voltarem para a casa, trouxeram na bagagem os aprendizados da comunidade. Depois de um tempo conheceram a madrinha da Fraternidade sem Fronteiras, Gyselle Saddi e, ela como sempre uma divulgadora fiel da causa, comentou sobre as ações da organização humanitária. Posteriormente, João sonhou com a África, e ao acordar decidiu ligar para Gyselle que rapidamente o convidou para participar de uma reunião logo após o II Encontro da FSF, que aconteceu em abril de 2018. Foi ali que nasceu uma amizade e uma parceria de fraternidade.

“Ela me chamou para participar da caravana de setembro, que era a caravana da agroecologia, mas eu comentei que iria ficar muito puxado pra eu ir. Então, ela me convidou para caravana de novembro e eu aceitei. Fui com o objetivo de dar continuidade ao trabalho da última caravana, ver e avaliar como tudo tinha ficado”, relembra Gilberto, que continua: “só que chegando no local, eu senti que para eu fazer um trabalho efetivo, iria precisar morar lá”.

Durante os dias que ficou em Madagascar, João narrou para a esposa tudo que estava vivenciando, plantando, manejando, colhendo no local e comentou sobre o convite do presidente da FSF, Wagner Moura, para que eles morassem em Madagascar. Então, ela começa a sentir que através do olhar dele, também estava na África e ainda desabafa: “Quando ele foi, eu percebi que isso iria tocá-lo bastante, que quando voltasse algumas coisas iriam mudar. Quando ele voltou, a gente conversou e eu pude ver o brilho nos olhos falando que tínhamos que ir para lá, porque tínhamos muito que aprender e a ligação que temos com o continente africano é um mistério para gente, temos uma inquietação espiritual sobre isso e conversamos bastante, refletindo sobre a ideia de morar em Madagascar”.

João na caravana de novembro de 2018 em Madagascar. (Foto: arquivo pessoal)

Tudo isso foi conversado com o presidente da Fraternidade sem Fronteiras que os convidou novamente para viver em Madagascar para ajudar nas ações do local. E assim, perceberam que era algo do coração deles e decidiram aceitar.

Para a mudança, o casal já está estudando e se planejando. Mas estão cientes que praticamente tudo eles vão realmente saber quando tiverem por lá.

“Nós vamos fazer alguns testes, não fizemos ainda porque é importante estar lá para acompanhar o trabalho, mas pretendemos trabalhar com algumas técnicas de bioconstrução. São construções com terras, com estruturas boas e firmes. Por conta de ser uma técnica bem diferente do que eles já fazem na região, o importante é que a gente esteja lá para acompanhar”, ressalta João.

Daqui seis meses eles começarão uma nova história em Madagascar e estão ansiosos para vivenciar na prática o significado de Ubuntu: Eu sou, porque nós somos.

“Nós temos uma expectativa de nos conectarmos com as pessoas, de conhecer e cativar todas elas, fazermos trabalhos em conjunto e aprender mais sobre o significado de Ubuntu”, conclui Arimila.

João Gilberto e Arimila Milanez, pais da Mariana, Waidê e João Lucas. (Foto: Suelen Targon)

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