A ONG Fraternidade sem Fronteiras, que também atua na perfuração de poços na Bahia, Moçambique e Madagascar sente o impacto da economia e pede ajuda da população
Por: Giovanna Percio/estagiária e Marcele Aroca Camy
A Organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF) atua em locais de vulnerabilidade social onde o clima árido, a terra seca e o calor intenso, fazem da falta de água, um grande desafio. A pandemia do coronavírus (Covid-19), enfrentada pelo mundo hoje, é um agravante da situação em lugares como o Sertão da Bahia/Brasil, Moçambique e Madagascar/África, amparados pela ONG e com mais de 20 mil pessoas beneficiadas, atualmente.
O Ministério da Saúde recomenda cuidados básicos para prevenir o contágio e a rápida propagação do vírus, são eles; lavar as mãos com água e sabão várias vezes ao dia, fazer uso do álcool em gel a 70% e não compartilhar objetos de uso pessoal. Mas, em situações vulneráveis, os obstáculos começam no acesso à água. É com objetivo de mudar esta realidade que a FSF lançou, em 2018, a campanha Água África, que arrecada fundos para a construção de poços artesianos em Moçambique, Madagascar, além do Brasil.
As regiões abraçadas pela campanha sofrem diariamente com a escassez de recursos naturais. No Brasil, a água potável chegou em 2020 à Vila da Esperança (que recebe ajuda de um projeto apoiado pela FSF, Retratos de Esperança), na Bahia, e com a perfuração de apenas um poço (realizado pela ONG) já melhorou a vida de cerca de 300 pessoas, moradoras do local. Nos países africanos, onde a diarréia, devido ao consumo de água imprópria é uma das principais causas da alta taxa da mortalidade infantil – dados do Index Mundi mostram que, em 2018, as taxas foram 6,4% em Moçambique, e 4% em Madagascar.
Entre 2018 e 2020, a Fraternidade sem Fronteiras construiu com a ajuda de padrinhos e voluntários da Organização, a perfuração de 13 poços: 12 em Moçambique e um em Madagascar, que beneficiam no mínimo 20 mil pessoas, segundo o fundador-presidente da FSF, Wagner Moura Gomes.
O Dia Mundial da Água, 22 de março, reforça que o acesso a este recurso é direito fundamental à sobrevivência humana, porém, com a atual instabilidade global, a Organização encontra uma nova barreira: a alta do dólar. A desvalorização da moeda nacional tem dificultado a manutenção dos projetos, principalmente os localizados na África Subsaariana, que observam as doações estagnadas e os custos em crescente aumento. A previsão é que, no mês de abril, os recursos direcionados ao Projeto Acolher Moçambique – da FSF, por exemplo, que atende hoje cerca de 10 mil pessoas, serão insuficientes, e todos os projetos da instituição também são impactados.
Como ajudar
As doações à FSF podem ser feitas por meio do site www.fraternidadesemfronteiras.org.br/doacao-avulsa. Porém, a principal fonte para a manutenção dos projetos é o apadrinhamento: https://www.fraternidadesemfronteiras.org.br/padrinho/apadrinhar.php – Trata-se de uma colaboração mensal destinada à compra de alimentos, atenção à saúde, estudo, atividades pedagógicas, culturais, formação profissionalizante e também a estrutura e montagem dos centros de acolhimento. Além disso, adquirindo itens da Central da Presentes da Organização, também é uma forma de contribuir com a Organização: https://www.fraternidadesemfronteiras.org.br/presentes.