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Nanhani: símbolo de amor e cura no Brasil e na África

A rede de costureiras fraternas encontrou no trabalho voluntário a cura para a depressão e a missão que as desperta todos os dias: o amor ao próximo

Às 5h30, Maria Tereza dos Santos, carinhosamente chamada de Teka Benabou, já está de pé dando sua simpática gargalhada às companheiras.  O sol mal nasceu e elas já começaram a tecer amor com agulhas e linhas, fazendo nascer a boneca Nanhani – que significa “menina” em Changana, um dos dialetos mais utilizados em Moçambique.

Em cada cantinho do Brasil, Nanhani vai sendo fabricada. O cabelinho, o vestidinho, o corpinho, os olhinhos são feitos por mais de 200 costureiras voluntárias, que dedicam seu tempo para levar amor para nossos irmãos africanos.  O dinheiro arrecadado com as bonecas é destinado para a campanha “Água para África”, que tem como meta a perfuração de poços artesianos para oferecer água limpa para a população das aldeias de Moçambique e Madagascar.

Nanhani é símbolo de amor e cura: ela chega na África em forma de água e aqui no Brasil

Boneca Nanhani

transforma a vida das costureiras voluntárias. “É muita gente [que participa]. Advogada, médica…. Enrolam cabelinho, costuram sapatinhos, fazem vestidinhos. É muita gente disponibilizando horas de amor. Então tem um grande valor. Você está dando o seu dia de amor”, conta Teka, estampando um sorriso no rosto ao falar sobre a rede de amizade que se formou entre as costureiras. E elas não param por aí, fabricam sapatinhos, vestidos e shorts para levar às crianças das aldeias moçambicanas e para Madagascar. “Eu tenho 15 mil netos, eu tenho que trabalhar muito por esses netos”, aos risos, conta Teka.

Em 2018, Nanhani estampou sorrisos na África e no Brasil:  as bonequinhas chegaram para fazer a alegria das crianças e reforçar ainda mais o laço de amor entre os dois países.  O trabalho não parou e ganhou mais corações: em 2019, nossos irmãos de Moçambique, Madagascar e Malawi receberam roupas, chinelos, cobertores, entre outras coisas, doados por uma rede de corações fraternos.

Teka Benabou, costureira voluntária que coordena o trabalho.

Teka, que faz parte dessa corrente solidária, é corajosa e arregaça as mangas quando o assunto é ajudar o próximo.  Para conseguir os tecidos que dão vida a boneca e veste dezenas de crianças na África, ela sai em busca de doações nas indústrias têxtil. “São sobra de retalhos. Desse material fazemos vestidinhos, short para os meninos e vestidos para as bonecas. É tudo aproveitado”, explica.

Para aproveitar cada pedacinho, Teka, que trabalhou durante anos como modelista e estilista, padronizou os moldes das roupinhas. “Criei uma modelagem dos 4 aos 14 anos, que é padrão para as meninas. Faço a modelagem e envio para elas fazerem tudo dentro daquele padrão”, conta.

O amor e carinho de Teka tem transformado a vida de dezenas de costureiras que veem no tecer das linhas a cura para a depressão: “Nós, da nossa idade, temos a síndrome do ninho vazio. A maioria é aposentada, não tem aquele dinheiro para disponibilizar, mas tem agilidade para fazer esse tipo de trabalho. Então, é muito edificante. Pense bem: uma velhinha cortando, caseando sapatinho o dia todo para a boneca. A outra fazendo corpinho da boneca, a outra enrolando o cabelinho. Então a bonequinha não é feita inteira por uma pessoa, ela é feita por várias mãos. Você pega as peças, os vestidinhos, você sente aquela energia, aquele amor. Você dá um sopro de vida para aquela pessoa”, expõe.  

Ao falar sobre a sua missão e o trabalho que desenvolve junto com o grupo de costureiras voluntárias, Teka se emociona: “A Fraternidade, para mim, é uma subsede do céu aqui na terra. Porque ela cuida das pessoas desse lado [voluntários] e do lado de lá [acolhidos]. Desperta na pessoa a caridade, a bondade”.

 Nanhani, “não é trabalho da dona Teka, não existe a dona Teka. Existe a Fraternidade sem Fronteiras e as nossas voluntárias, que são mãos abençoadas. Sem elas, esse trabalho não seria feito. Para mim, é muito edificante trabalhar e vivenciar a fraternidade, porque me sinto lisonjeada, feliz de poder fazer esse trabalho. Trabalho com muito amor e carinho. São 120 dias de quarentena que nem senti”, emocionada, finaliza Teka – que mostra como essa missão de amor, feita por muitas mãos generosas, alimenta a alma de quem faz e de quem recebe.

Para fazer parte dessa corrente fraterna e doar um pouquinho do seu tempo ajudando nossas costureiras a fabricar amor, entre em contato pelo e-mail voluntarios@fraternidadesemfronteiras.org.br

E para saber mais sobre o projeto “Ação Madagascar”, clique aqui. Sobre ações desenvolvidas no projeto “Acolher Moçambique”, clique aqui. Se você quiser se unir a nós nesses projetos de amor ao próximo e tornar-se padrinho, clique nos projetos abaixo para ajudar:

Ação Madagascar 

Acolher Moçambique 

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Emanuel Pizarro

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