Professores voluntários da iniciativa estiveram na Clínica da Alma, que não recebia visitas há quase dois anos devida a pandemia de Covid-19
Por Marco Antonio Cruz – Assessoria de Imprensa FSF
Voluntários da Iniciativa Sonhar sem Fronteiras participaram de uma visita ao Fraternidade na Rua, polo de Campo Grande – MS, projeto da Organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF), em parceria com a Clínica da Alma. Os professores voluntários Amanda Luíza de Souza, de Cascavel, PR, e Paulo César Santos, de São Paulo, SP puderam conhecer a infraestrutura do local que conta com barbearia, clínica odontológica, serralheria, cozinha, refeitório, rádio comunitária, área de lazer, depósito e refrigeradores com alimentos que servem cerca de 300 pessoas acolhidas.
“Estar aqui é retribuir tudo que eles me ajudam. Essa ação me tirou da solidão que a pandemia trouxe. Então foram eles que me ajudaram mais do que fiz por eles”, comenta a madrinha e professora voluntária de matemática no projeto.
A ação de voluntários oferece aulas a distância para os acolhidos no Brasil e na África. O técnico em informática, Paulo César Santos, aproveitou a visita ao Fraternidade na Rua de Campo Grande – MS para conhecer os futuros alunos.
“Conheci o Sonhar sem Fronteiras por meio de uma colega de trabalho. Ela foi para uma caravana em 2016, em Moçambique – África. Em 2017 foi montado um laboratório de informática e em 2018 eu consegui ir para o Projeto Acolher Moçambique, iniciamos o curso de informática lá e preparamos uma apostila com as noções básicas. Não conheciam a internet, nunca tinham navegado, nunca tinham visto uma impressora imprimindo. Fomos lá para dar Introdução à Informática, Módulo I e em 2019 voltamos para dar o módulo II. Aqui [em Campo Grande – Brasil] eu não dei aula ainda, são outros professores, mas nós vamos iniciar já uma nova turma de montagem e manutenção de computadores em 2022”, relata empolgado Paulo.
Segundo a pastora Raquel Souza Machado, no Fraternidade na Rua de Campo Grande são três turmas de informática, com doze alunos idosos em alfabetização e uma turma de reforço com 17 crianças. No projeto, a ação ainda oferece curso preparatório para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) com oito alunos. Para o próximo ano o objetivo é seguir em andamento com o Sonhar Sem Fronteiras.
“Aqui os sonhos acontecem porque antes eles não tinham oportunidade, não tinham acesso. Os idosos são uma das turmas que eu mais tenho amor, porque eles têm toda uma história de vida, mas não tiveram a oportunidade de serem alfabetizados. E hoje, em seis meses, alguns já leem e já pedem por aulas de matemática”, relata a a pastora.
Suely Amorim de Lima, está há oito meses no projeto, aluna das aulas, gosta de matemática e sonha em aprender a escrever para poder enviar uma cartinha para as filhas e dois netos que estão em Natal – RN.
“ Pra você ver como é que Jesus nos ama tanto, porque as pessoas vem de tão longe. Eu sinto muita alegria, Deus traz pessoas com aquele amor puro pra vir atrás da gente que não tem valor”, finaliza Suely.
A visita dos voluntários durou quase três horas e foi guiada pelo coordenador do Fraternidade na Rua – polo de Campo Grande, MS – e fundador da Clínica da Alma, Pastor Milton Marques.
“Fazia tempo que a gente não recebia visitas [devido às restrições sanitárias impostas pela Covid-19, as caravanas da FSF estão suspensas]. É um significado muito grande e importante pra cada um de nós ter essas pessoas que têm o coração voltado para o amor e para o reconhecimento do próximo” finalizou emocionado o Pastor Milton.
Sonhar sem Fronteiras – a ação de voluntários tem como objetivo levar educação a crianças, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social. As atividades são desenvolvidas em três projetos da FSF: Acolher Moçambique com aulas de português, matemática e informática; Brasil, um coração que acolhe, em Roraima, com aulas de Língua Portuguesa aos refugiados e migrantes venezuelanos; e no Fraternidade na Rua, polo Campo Grande, com informática, reforço escolar para crianças e alfabetização para adultos.
“O nosso objetivo é o de ser mais do que uma instrução para educação por ensino técnico, profissionalizante ou ensino básico. Queremos abrir os horizontes das pessoas e fazer com que elas sonhem. Já tivemos relatos de pessoas que não queriam sair do projeto e agora, depois da ação, elas querem sair com coragem e cheias de sonhos para viver”, afirma a coordenadora do Sonhar sem Fronteiras, Jéssica Oshiro.