Lennis fez uma tatuagem no pulso como forma de agradecimento à Fraternidade sem Fronteiras
Por Taemã Oliveira, assessoria de comunicação FSF
Você já se imaginou tendo que deixar o seu país, a sua família e todas as suas conquistas no passado, para sair em busca de um futuro com mais oportunidades? Como você se sentiria tendo que dormir nas ruas, sem ter comida para todas as refeições do dia, vulnerável a todos os tipos de violência? E como seria se você precisasse morar em um centro de acolhimento, vivendo dignamente mas sem muito conforto?
Essas são perguntas essenciais que sempre devemos nos fazer para começarmos a agir com empatia e acolhimento com os nossos irmãos refugiados e migrantes. Eles não escolheram tantas mudanças, em tão pouco tempo.
Lennis Anais Brito Figueroa, venezuelana de 28 anos, veio para o Brasil em março de 2018, na condição de refugiada e migrante. Em Maturín, no estado de Monagas, na Venezuela, ela tinha um emprego fixo como supervisora de um restaurante, mas o esposo não tinha emprego fixo, ajudava nos gastos da família fazendo diárias. Alguns amigos o convidaram e, em 2017, ele veio pela primeira vez para o Brasil.
“Ele foi, conseguiu trabalhar, comprou muita comida e levou tudo para a Venezuela. Passamos algumas semanas bem. Quando acabou, ele voltou mais uma vez para Roraima. Desta vez, conseguiu um emprego com carteira assinada, estava tudo indo muito bem, porque ele conseguia se manter e ainda nos ajudar na Venezuela”, seguiu contando Lennis, que ficou com o filho e a mãe do lado de lá da fronteira.
Ela então decidiu, no início de março de 2018, vir visitar, por uma única semana, o esposo em Boa Vista-RR, tempo necessário para muitas coisas acontecerem e mudarem drasticamente a vida do casal.
A crise humanitária na Venezuela se agravou e o fluxo de pessoas vindo para o Brasil, entrando por Roraima, aumentou. Era um mar de gente atravessando a fronteira, outro mar de gente andando pela BR-174 de Pacaraima até Boa Vista. Na capital, tinham outras várias pessoas pelas ruas, praças e rodoviária.
O trabalho de Arturo, esposo da Lennis, fechou e todos foram demitidos. Eles ficaram sem dinheiro para seguir pagando o aluguel, para seguir custeando a alimentação, muito menos para atravessar a fronteira de volta para casa. Foram 7 meses morando nas ruas, sem ter o que comer, até que eles conheceram o Centro de Acolhimento Hélio Campos, do Projeto Brasil, um coração que acolhe.
A família foi acolhida no centro e começou a se envolver nas atividades de forma totalmente voluntária. Em pouco tempo, Lennis se tornou colaboradora remunerada e com a carteira de trabalho assinada pelo Projeto. Fez então uma tatuagem, no pulso esquerdo, como forma de agradecer, homenagear e nunca esquecer da Fraternidade sem Fronteiras.
Veja o relato completo de Lennis Figueroa: https://www.youtube.com/c/FraternidadeSemFronteiras/videos
Quem é acolhido com fraternidade, se torna também acolhedor. Todo acolhimento, quando fraterno, se transforma em reciprocidade total. Apadrinhar é amar. Não cansamos de repetir. A Lennis é uma das provas de que quando apadrinhamos um Projeto, investimos amor, investimos em fraternidade e transformamos vidas. A Fraternidade sem Fronteiras é feita por todos nós, e com nosso esforço sincero podemos mudar a realidade de muitas pessoas, assim como a Lennis, que é grata por tudo que recebeu e segue passando em frente sua gratidão para os irmãos venezuelanos que ainda precisam de ajuda para recomeçar. Saiba mais sobre o projeto Brasil, um coração que acolhe clicando aqui.
A Fraternidade sem Fronteiras é feita por você, padrinho e madrinha, voluntário e doador. É a você que a Lennis é grata. E nós reforçamos a nossa gratidão eterna por tudo e por tanto!