Por Comunicação FSF
Em Roraima e Amazonas, há uma população média de 15 mil pessoas em situação de abrigamento e alojamento. São outras cerca de 33 mil pessoas vivendo em ocupações espontâneas, segundo informações da Operação Acolhida. A Agência da ONU para Refugiados estima que mais de 70 mil venezuelanos na condição de refugiados e migrantes estejam em Boa Vista, Roraima.
Com isso em vista, a interiorização foi uma estratégia criada pelo Governo Federal em 2018, executada e coordenada pelo mesmo, por meio das Forças Armadas e o Ministério da Cidadania, em parceria com diferentes entidades, entre elas a Fraternidade sem Fronteiras, que leva nossos irmãos venezuelanos do estado de Roraima para os demais estados brasileiros, tais quais não estão com seus sistemas sobrecarregados devido ao grande números de pessoas que recém chegam da fronteiras, tendo assim mais oportunidades de empregos e reinserção social.
Existem quatro modalidades de interiorização: a Institucional, quando os acolhidos são deslocados dos abrigos da Operação Acolhida em Boa Vista para algum centro de acolhida e integração parceiro em outra cidade; a por Reunificação Familiar, quando vão para a união de familiares; a de Vagas de Emprego – quando são interiorizados com uma oportunidade de trabalho e a por Reunião Social, quando são recebidos por um amigo ou por alguém de confiança que se dispõe a acolhê-los em segurança por três meses. Dezenas de madrinhas e padrinhos da FSF já acolheram pessoas refugiadas e migrantes venezuelanas por essa modalidade, o que chamamos de uma possibilidade de interiorização para a casa de um Acolhedor Voluntário.
Para isso, a pessoa que deseja ser um Acolhedor Voluntário faz uma solicitação através da equipe de Interiorização do Projeto Brasil, um coração que acolhe, que ao receber a proposta de acolhimento, verifica se trata-se de proposta válida, idônea e dentro das Diretrizes de Acolhimento elaboradas pela organização; em seguida, realiza busca ativa nos centros de acolhimento geridos pela FSF a fim de encontrar uma família que se encaixe nas condições de acolhimento propostas pelo voluntário. Dentre as famílias acolhidas, é dada prioridade àquelas que costumam ter mais dificuldade de serem interiorizadas: mulheres mãe solo, grupos familiares em que há algum integrante com deficiência ou alguma necessidade específica de saúde e, por fim, as que não tem algum familiar ou amigo no Brasil que as possam receber.
Quando nos asseguramos que ambas as partes estão interessadas, cientes e dispostas a seguir com o processo, reunimos os documentos necessários para que a interiorização ocorra, contando com o apoio do Governo Federal e das Agências ONU.
O processo de interiorização é um benefício e é voluntário, ou seja, os refugiados e migrantes precisam manifestar a vontade. “Hoje o principal desafio do nosso setor é a busca por trabalho e junto vêm as demais problemáticas. Posso dizer que para as mães solos, principalmente para elas, a luta é maior ainda. Porque elas são sozinhas para trabalhar e cuidar dos filhos. Mas com a ajuda dos acolhedores voluntários, estamos conseguindo vencer e dar oportunidade para este público também”, explicou Juliana Melo, Gestora de Interiorização do Projeto Brasil, um coração que acolhe.
Para os idosos, pessoas com deficiência física e intelectual, pessoas com doenças crônicas, muitas vezes essa possa ser a única chance de recomeçar. “Há 5 anos nós fazemos isso, antes mesmo dessa estratégia ser criada em todos esses moldes, então trata-se de um processo seguro para o acolhido e para o acolhedor, nós acompanhamos esse pós-interiorização por seis meses. Nós acreditamos que essa é uma excelente possibilidade de interiorização, porque nós acreditamos que os nossos padrinhos, madrinhas, voluntários, têm todo o amor e paciência para auxiliar essas pessoas que não conhecem nada de outro estado, a recomeçarem a vida da melhor forma possível”, concluiu Juliana.
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