Tajiris Cristina, de 36 anos, operou o olho direito e agora sonha em se qualificar para ser cuidadora de idosos
Por Laureane Schimidt– assessoria de imprensa FSF
A refugiada migrante Tajiris Cristina Maita Aray, venezuelana de 36 anos, passou por um transplante de córnea do olho direito, no dia 16 de novembro, depois que foi acolhida por voluntários da Organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF). O primeiro acolhimento dado pela ONG foi quando ela chegou ao Brasil pela fronteira com o Estado de Roraima, em 2018, no projeto Brasil, um coração que acolhe – da FSF. Depois disso, ela foi interiorizada na cidade de São Paulo, onde mora atualmente e trabalha como serviços gerais.
A situação ocular da Tajiri foi diagnosticada durante uma ação de saúde oferecida por voluntários do Projeto Fraternidade na Rua, polo de São Paulo.
“Durante a consulta, foi identificado que ela não enxergava de um olho, ele era todo branco, porque ela tinha perdido a córnea quando tinha dez anos de idade por um corpo estranho que entrou no olho dela e provocou a cegueira. A partir daí uma das médicas voluntárias decidiu investigar se o olho dela era viável para um transplante. Foram realizados diversos exames médicos e o resultado era de que a Tajiri poderia receber um transplante de cornéa”, explica uma das voluntárias do projeto. A espera até o transplante foi de um ano e meio.
“Sou muito grata pela Fraternidade sem Fronteiras na minha vida. Os voluntários não desistiram de mim e procuraram por consultas médicas, exames e até realizar o transplante. Graças a Deus está dando tudo certo na recuperação da cirurgia e eu já consigo enxergar! Desde que eu era criança, com dez anos, quando caiu aquele corpo estranho no meu olho, que causou uma úlcera corneal, eu fiquei padecendo até meus 36 anos”, relata Tajiri.
A venezuelana que vivia no município de Pedro Maria Freitas, no Estado de Anzoategui, trabalhava com o pai no país de origem. No Brasil, ela vive com os três filhos e uma sobrinha, na Vila Constança, na zona norte de São Paulo. Para 2024, depois que estiver totalmente liberada pelos médicos, irá fazer um curso de qualificação.
“Estou tão feliz e cheia de sonhos para realizar. Meu próximo passo é estudar para ser cuidadora de idosos. Será mais uma realização graças à FSF”, conclui.
Sobre a Fraternidade sem Fronteiras – A FSF é uma Organização humanitária e Não-Governamental, com sede em Campo Grande (MS) e atuação brasileira e internacional, com atuação em oito países, em alguns dos lugares mais pobres do planeta, com esperança e profundo desejo de ajudar, acabar com a fome e construir um mundo de paz. A instituição possui 74 polos de trabalho, mantém centros de acolhimento, oferece alimentação, saúde, formação profissionalizante, educação, cultivo sustentável, construção de casas e ainda, abraça projetos de crianças com microcefalia e doença rara. Todos os trabalhos são mantidos por meio de doações e principalmente pelo apadrinhamento. Mais informações podem ser obtidas pelo site http://www.fraternidadesemfronteiras.org.br
Sobre o Projeto Fraternidade na Rua – O Projeto atua de forma expansiva na criação, manutenção e ampliação de diversas frentes de trabalho na transformação de pessoas em situação de rua. No Brasil são quatro polos de trabalho: Campo Grande – MS, Uberlândia – MG, São Paulo – SP e Rio de Janeiro – RJ. Nos Estados Unidos, os trabalhos são feitos em três cidades: Las Vegas, Nova Iorque e Denver. Além das refeições, são distribuídos água, roupas, toalhas, cobertores e produtos de higiene pessoal.
Sobre o Projeto “Brasil, um coração que acolhe” – criado em outubro de 2017, a Fraternidade sem Fronteiras, por meio do Projeto Brasil, um coração que acolhe, trabalha em conjunto com a Operação Acolhida e é parceira implementadora da Agência da ONU para Refugiados, o ACNUR, administrando centros de acolhimento e ampliando a vivência fraterna. Mais de 2 mil pessoas refugiadas e migrantes recebem moradia, alimentação, serviços de proteção, atividades para as crianças e capacitações para adolescentes e adultos.