A região vive uma das piores crises humanitárias do mundo. Acolhemos aproximadamente 16 mil irmãos nos nossos 13 Centros de Acolhimentos, onde atuamos para oferecer alimentação, cuidados com a higiene, atividades de recreação e culturais, capacitação para o trabalho, oficinas de costura, agrofloresta,
biocarvão, sabão, artesanato, ferrugem e tijolos ecológicos. Também implementamos uma padaria, para a produção de pães para consumo da comunidade local e proporciona uma geração de renda aos acolhidos envolvidos na produção.
A realidade
Chegamos à ilha de Madagascar, em fevereiro de 2017, e encontramos famílias vivendo na extrema miséria, sofrendo com a fome e a sede, sem também um mínimo de higiene. Sem acesso à água, as crianças tomam banho só quando chove e metade delas tem desnutrição aguda. As famílias vivem em casa muito precárias e a falta de higiene e desnutrição grave acarretam doenças como a teníase, neurocisticercose, bicho do pé, entre outras.
Abrimos dois centros de acolhimento na cidade de Ambovombe. No primeiro, onde também funciona a sede da FSF, em Madagascar, acolhemos as criancinhas que viviam nas ruas, pedindo migalhas. Elas recebem refeição, cuidados com a higiene, participam de atividades de recreação e culturais.
Nenhuma das crianças acolhidas frequentava a escola. Confeccionamos pastas, compramos material escolar, uniformes e matriculamos as 1.762 crianças.
A inauguração do novo Campo da Paz, em Madagascar, permitiu uma ampliação nos atendimentos da Clínica Médica. Agora, contamos com dois pavilhões, que abrigam 16 salas e 24 leitos regulares para internação. O local também conta com pias para higienização, mesas e macas ginecológicas e uma sala de vacinação.
Além da Clínica Médica, o Campo da Paz também está com um refeitório mais amplo e equipado para servir mais de quatro mil refeições diárias. O espaço foi planejado para acomodar até 800 pessoas ao mesmo tempo. E o banho, tão raro em Madagascar, está ainda mais acessível - são 40 chuveiros funcionando ao mesmo tempo. Cada detalhe impacta o cotidiano de milhares de famílias.
Construímos na unidade Campo da Paz, um centro de atendimento à saúde, implantamos farmácia e médicos voluntários intensificam o atendimento à comunidade durante as caravanas. A comunidade de Marafono passa a ter visitas mensais de nossos colaboradores e voluntários, que fornecem refeições para os acolhidos. Antes de a FSF chegar ao local, a única alimentação disponível era a fruta e a folha dos cactos - alimento utilizado para saciar a fome.
Muitas crianças de Ambovombe não sabiam o que era uma escova de dentes.
Arrecadamos escovas de dentes e pastas, instruímos crianças e mães sobre noções
básicas de escovação e formamos multiplicadores locais para orientar a comunidade.
Montamos dois consultórios odontológicos e o trabalho amoroso de dentistas voluntários está abrindo sorrisos em Madagascar.
Cem famílias que antes viviam em casinhas absolutamente precárias passaram a morar na Cidade da Fraternidade. Em área doada de 45 mil metros quadrados, o projeto inclui cem moradias, perfuração de poço artesiano, oficinas de trabalho e cultivo sustentável. A comunidade é incentivada a perceber sua própria capacidade para a conquista da autoestima e a vivenciar valores que cultivam a paz.
Ajudamos a manter a Escola Danilo Farias, nascida de um sonho de solidariedade do bailarino Danilo Farias. Em visita à ilha, ele viu a necessidade das crianças e decidiu mudar de País e de vida para ajudar. Uniu esforços e abriu a escola, possibilitando o estudo regular a crianças do norte da ilha. A Fraternidade tornou-se parceira dessa iniciativa e, juntos, estamos construindo novas salas, ampliando as oportunidades de estudo para crianças e jovens.